Welcome

Dizem por aí que pessoas ricas usam roupas caras, já pessoas felizes, usam pêlos na roupa.
Eu uso os pêlos da Noah como acessório exclusivo e indispensável (ahah).
É viver sempre em movimento e alegria... collants e vestido? Vestir os collants um segundo antes de sair de casa e em corrida para a porta. Senão lá se vai mais um par de collants para o lixo.
Quando chego a casa tenho sempre aquele carinho interminável e uma filha que dá as boas-vindas como ninguém. A Noah sente mais do que muitos seres humanos por aí, diz muito com o olhar, com um deitar no colo ou com um chinfrim de mimos.
Nós passámos por muito, juntas, sempre juntas. Vivi o maior pesadelo da minha vida há cerca de dois anos nas mãos de um imbecil, daqueles que julga que tem o poder de tirar a vida a alguém. Quase tirou a minha, e acreditem, não sou nenhum anjo, mas não fiz nada para o merecer. A Noah acabou por levar por tabela, sendo ela a minha mais que tudo e um alvo fácil. Cheguei a ver a minha menina voar contra a parede e mesmo assim nunca desistiu de estar perto de mim. Talvez por isso estejamos as duas estragadas no que toca a aproximações, emoções e tudo o que envolva confiar em terceiros. O que posso garantir-vos é que tão cedo ser algum chega perto, nem da mãe, nem da filha. Tudo o que vivi mostrou-me que vale a pena lutar com garra, todos os dias, por uma vida melhor. Mostrou-me a seleccionar quem chega e quem fica. Hoje em dia o mais importante somos nós duas, a nossa nova casa, as nossas novas amizades e a nossa nova vida. O trabalho da mamã, os biscoitos da filha e o nosso lar que está quase quase em fim de obras (malditas obras que demoram tanto!).
A Noah era muito pequenina quando chegou até mim, vinda da bagageira de um carro com dezenas de outros frenchies lá dentro. Sujos, doentes, com fome. Uma imagem aterrorizadora, mas que infelizmente acontece mais do que imaginamos. Naquele momento queria salvar todos aqueles bixinhos, mas só podia ficar com a Noah (e convenci um familiar a ficar com outro deles). Uns dias depois foram maratonas atrás de maratonas até ao VET, a Noah vinha doente e desidratada. Consigo recordar-me dela a beber água e a comer, parecia que nunca tinha visto comida. O animal que os tinha ainda respondeu, quando confrontado com o estado dos cães, que eles aguentam 3 dias sem comer e beber. A minha vontade era de espeta-lo dentro de uma bagageira três dias, sem comida, sem água e com pouca circulação de ar. Queria ver se também aguentava.
Os Frenchies são cães que precisam de muita dedicação, de muitos cuidados, de muito amor.
São super delicados, são mimados e gostam de ser o centro das atenções. Porque quê acham que aqueles puns mal cheirosos aparecem sempre nas alturas inoportunas? É tudo para chamar a nossa atenção (LOL)
Roncam como um porco, dormem como um frango assado mas amam como gente grande.
Neste espaço, dou-vos as boas vindas, de coração cheio e com a roupa cheia de pêlos (ahah).
Sejam muito bem-vindos, ao nosso novo lar e há nossa nova vida :)
Beijinhos, sejam felizes!

“Não importa onde você parou ou em que momento da vida você cansou. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo. É renovar as esperanças. E eu pergunto: sofreu muito nesse período? Foi a dor do aprendizado. Chorou muito? Foi a limpeza da alma. Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las. Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora.” Carlos Drummond De Andrade


Patricia & Noah